“No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade”. E foi na luta que Chico Mendes se transformou em um dos militantes mais importantes da história do Brasil. Neste sábado (22), completam-se 30 anos da morte de Mendes, assassinado a mando do grileiro de terras Darly Alves.
Chico Mendes se tornou o patrono do órgão de proteção do meio ambiente, mas sua luta começou muito tempo antes. Filho de migrantes cearenses, Francisco Alves Mendes Filho nasceu no dia 15 de dezembro de 1944, no seringal Porto Rico, próximo à fronteira do Acre com a Bolívia, em Xapuri, estado do Acre, onde passou a infância e a juventude ao lado do pai cortando seringa. Foi vivendo no seringal que Mendes se indignou pela primeira vez diante das injustiças.
Na época, a atividade econômica de extração da borracha, na Amazônia, foi sempre pautada por relações de grande exploração. O sistema de troca de mercadorias industriais pelo produto extrativo – conhecido como aviamento – criou comunidades com muita miséria e endividamento. Um rígido regulamento de subordinação aos seringalistas, que eram punidos inclusive com castigos físicos, levou a rebeliões que eram sufocadas por violência das forças policiais.
Neste contexto, em 1975, Mendes iniciou a atuação sindical, quando foi nomeado secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Basileia. A partir de então, ele deu início a luta em defesa da posse de terra para os habitantes nativos da região, o que o levou, inevitavelmente, à defesa do meio ambiente.