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POR OP9
O ambulante José Renato da Silva, 34 anos, foi autuado em flagrante, na tarde deste sábado (29), no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, como o responsável por ter disparado quatro tiros no Terminal Integrado Pelópidas Silveira, em Paulista, na tarde de sexta (28).
Um dos disparos atingiu as costas do farmacêutico Cristiano Ledson Silva Amorim, 45 anos, que não resistiu e morreu no Hospital Miguel Arraes, em Paulista. Um vigilante, que teve a arma tomada por José Renato em luta corporal, ficou ferido na cabeça após uma queda.
Pela manhã, José Renato negociou com policiais militares do 1º Batalhão a sua entrega. Graças a informações do serviço de inteligência, conseguiram chegar na casa dele, no bairro de Peixinhos, mas encontraram apenas a mãe, que recebeu uma ligação do filho justamente na frente dos PMs. A conversa teve início e um encontro foi marcado próximo a um shopping no bairro de Santo Amaro, onde o suspeito estava trabalhando, para que ele se entregasse formalmente a polícia. O revólver que ainda como ele também foi recolhido.
Legítima defesa
No DHPP, onde foi ouvido pelo delegado Alaumo Lima, o ambulante alegou “legítima defesa”. Disse que seu ato foi uma reação à agressão cometida pelos vigilantes terceirizados que atuam no terminal, que “embaçavam” o trabalho dos vendedores. Apesar de ter admitido ter disparado quatro vezes, ele colocou em dúvida se foi o responsável pela morte do farmacêutico. “Eles também atiraram. O certo é recolher todas as armas e fazer o exame balístico”.
“Não devo nada, tenho minha consciência limpa de que a bala que levou a vítima a óbito não saiu da minha arma”, garantiu José Renato. “Se uma vítima foi a óbito, que Deus a bote em um bom lugar”, disse a respeito do farmacêutico, que deixou quatro filhos, incluindo dois meninos gêmeos de pouco mais de mês. A filha mais velha da vítima está grávida.
Apesar de ter se apresentado à autoridade policial, o ambulante de artigos eletrônicos pode não responder ao inquérito em liberdade. O delegado disse que vai pedir sua prisão partindo do pressuposto de que ele, mesmo tendo se entregado, José Renato oferece risco à sociedade. Ele permanecerá no DHPP e será encaminhado neste domingo (30) para a audiência de custódia, onde o juiz deve decidir se decreta ou não a prisão preventiva.
Segundo a família, Cristiano havia saído de casa para comprar insulina para uma das filhas, de 15 anos, que tem diabetes. Ele estava com o medicamento na mão e esperando o ônibus para voltar para casa quando foi atingido pela bala perdida.
O velório acontece tarde deste sábado na Igreja de Paratibe 2, na Avenida Floresta, 580. em Arthur Lundgren 1, Paulista, a partir das 14h. O sepultamento estava previsto para as 16h.