Na geladeira do norte-americano Derek Nance há um pernil de cordeiro, órgãos em um pote de sangue e uma cabeça de ovelha, todos crus. A carne é picada para o jantar, que acompanha um prato de gordura, e o cérebro será degustado no fim de semana – uma iguaria, ele garante. Há seis anos, ele sobrevive se alimentando somente de carne crua.
Tudo começou quando Nance desenvolveu uma espécie de alergia alimentar, uma doença não identificada que fazia com que ele vomitasse tudo o que comia. Ele procurou médicos e tentou dietas alternativas, cortando o glúten, o açúcar e os subprodutos animais, mas nada adiantou.
Foi pesquisando em fóruns e sites da internet que encontrou um estudo feito em 1930 por um dentista chamado Weston Price. No documento, um histórico da saúde de indígenas provava que o consumo de alimentos crus, em especial a carne, era extremamente benéfico para o organismo. Nance não tinha o que perder e decidiu testar. “Eu tinha um par de cabras no meu quintal, que eu usava para tirar leite e eu estava cansado de ordenhá-las, então eu as matei. Comi as duas cabras“, afirmou ele em entrevista à VICE.
Segundo ele, as primeiras semanas de adaptação à nova dieta podem resultar em desarranjos intestinais e um forte gosto de sangue na garganta, mas não demora até que você tenha desejo pela carne crua. Carne de cabra é a sua favorita por ser um animal fácil de criar (Nance chegou a abandonar sua profissão de eletricista e agora é açougueiro) e não ser alvo de vacinas ou antibióticos, mantendo uma carne “pura”.
O rapaz costuma também consumir carne podre. Segundo ele, trata-se de uma ótima forma de facilitar a digestão, uma vez que a carne é probiótica. O mais curioso é que Joanne, sua namorada, é vegetariana. Se ela se importa? “Eu entendo que as razões dele são de saúde. Eu acho que eu posso comer qualquer coisa e nada me afeta. Há uma grande diferença entre nós dois“, pondera.