Meu pé de jaca: a curiosa história da jaqueira que nasceu em uma calçada

Dona Ana e seu pé de jaca. "Tem mais de 20 anos", ela conta | Foto Verônica Lemus/OCP News


Perguntaria - aos gritos - se esse pé é de alguém? Subiria em uma moto - se estivesse de moto - para colher umas unidades? Tiraria uma foto?

Pois essas - e outras - situações já aconteceram por conta de um pé de jaca que nasceu em uma calçada do bairro Centenário.

Ou melhor, com o pé de jaca da dona Ana Teresa Botelho Gandolfo, 76 anos.

Natural de Corbélia, no Paraná, dona Ana vive há 30 anos no município e pelo menos há 20 deles vêm colhendo os frutos da sua jaqueira que, na verdade, são duas.

"Eu plantei semente dela aí, faz... Já tem 30 anos que moramos aqui. Estava com vontade porque gosto muito de jaca e um dia fui ao mercado e tinha jaca lá, comprei e plantei a semente ali", lembra a dona de casa.

Com a ajuda da nora, Eliana Gandolfo, dona Ana faz as contas e calcula que as jaqueiras foram plantadas há cerca de duas décadas, uma na calçada ao lado da casa e outra dentro do terreno.

"Ela carrega bastante, dá bastante da fruta. Meu menino já podou ela, cortou, não sei quantas vezes, mas ela brota e vem com tudo", diz.

Paixão pela fruta
Antes de morar no Centenário, Dona Ana vivia no bairro Vila Nova. Lá, uma vizinha tinha um pé de jaca em seu terreno e a dona de casa lembra que morria de vontade de comer um dos frutos.

"Eu pedia para ela e ela sempre me enrolava dizendo que outro dia eu poderia pegar", conta Ana se divertindo com a memória.

Ainda com vontade, a dona de casa teve uma ideia. Ela trabalhava na época com venda de roupas, então ela propôs à vizinha uma barganha.

"Eu te dou roupa e você me dá jaca, aí ela me deu uma carreada de jaca", lembra.

O gosto da dona de casa pela jaca é a fruta pura. Dona Ana não gosta de pratos a base de jaca, seja doce ou salgado. "Eu gosto de comer pura mesmo", conta.

Mesmo assim, ela conhece receitas que utilizam o fruto, como a carne de jaca, muito consumida por vegetarianos e pessoas que não comem carne.

De tanto que o pé de jaca brota fácil na terra, dona Ana diz que tem uma vontade. "Eu falei para o Amarildo, a gente podia pegar a jaca e jogar semente por aí, no meio do mato, a turma gosta", diz ela.

E é verdade. Ela conta que muitas pessoas passam para colher as jacas, tendo gente que já chegou de picape para recolher e até subir em cima da moto para apanhar as que ficam mais altas.

OPC