Farmácias de SP registram falta de máscaras respiratórias e álcool em gel

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Máscaras de proteção respiratória e álcool em gel esgotaram na maioria das prateleiras de farmácias paulistanas após anúncio do primeiro caso brasileiro de coronavírus confirmado na cidade, na manhã desta quarta-feira. Estivemos em várias unidades das três maiores redes do país - Grupo Raia/Drogasil, Drogaria São Paulo e Pague Menos - em bairros da zona sul da cidade. Em todas elas, os itens estavam em falta.

A escassez de álcool e máscaras preocupa principalmente aqueles que fazem parte dos grupos de risco da doença, como idosos.- Já é a quarta farmácia que venho e não encontro. Na última, o vendedor disse que uma senhora levou tudo. É complicado, eu me preocupo. Vou voltar amanhã, assim que a farmácia abrir, para ver se encontro - contou Paulo Olímpio, de 72 anos, gestor de riscos e morador da Vila Mariana.As máscaras faciais já estavam em falta na maioria dos estabelecimentos do país há cerca de um mês, desde que estouraram as notícias sobre o surto de coronavírus na cidade de Wuhan, na China.


De acordo com o Grupo DPSP (Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo), as vendas de máscaras e de álcool gel já tinham aumentado, respectivamente, 53,5% e 172% em fevereiro (até ontem, dia 25) em relação ao mesmo período do ano passado. O recorde no aumento foi registrado no Distrito Federal, onde a procura por máscaras e álcool em fevereiro quase triplicou (+289,3% e 238,5% cada).Segundo o presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, o aumento repentino da demanda no Brasil e as restrições à exportação do produto pelo governo chinês são os principais responsáveis pela baixa oferta atual das máscaras no Brasil.


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A maioria das máscaras do tipo são produzidas na China, epicentro do surto do vírus. Para proteger a população chinesa, o governo local determinou que as empresas do setor priorizassem o mercado interno. Assim, países como o Brasil sentem agora a falta de um produto que não é comumente produzido aqui.- As máscaras sempre tiveram uma demanda baixa porque são usadas muito pontualmente aqui, por cuidadores de idosos ou profissionais da saúde, por exemplo. Houve falta e reabastecemos dos fornecedores que ainda tinham, mas agora muitos já não têm mais - explica Barreto. - A produção nacional de álcool gel é muito maior, mais fácil de reabastecer. Se está em falta, é pontual e logo deve ser reposto.Barreto descarta futuros aumentos especulativos dos preços dos itens pelo setor, mesmo que a demanda continue crescendo.

Ainda segundo a Abrafarma, os relatórios de gripe recebidos sobre o inverno no hemisfério norte indicam que deve haver aumento no consumo de anti-gripais durante o inverno brasileiro.- As farmácias trabalham com preços estabelecidos em fábrica e margens que respeitam determinações do governo. As alterações que poderão ser feitas serão nos volumes ofertados, não no preço - afirma. - Geralmente, quem especula nos preços de itens como as máscaras são pessoas que revendem produtos escassos em sites da internet.Procurada sobre a falta dos produtos em suas lojas, a rede Raia/Drogasil afirmou ao GLOBO que está fazendo o balanço das vendas dos itens em suas mais de 250 lojas. A rede não descarta a possibilidade que o esgotamento dos itens seja motivado pelo fato de o estoque inicial destes produtos já ser relativamente pequeno em suas lojas devido à baixa demanda usual.

O Grupo DPSP afirmou, em nota, que seu sistema de reposição de mercadoria é imediato e não foi identificada falta dos produtos em suas redes, embora a reportagem não tenha encontrado os produtos nas lojas visitadas na tarde desta quarta-feira.A rede de farmácias Pague Menos não divulgou balanço de vendas ou estoque e afirmou preferir se pronunciar através da Abrafarma, representante de todas as empresas citadas.

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