Município de Carpina era chamada de Floresta dos Leões no século passado

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Floresta dos Leões Atual Cidade de Carpina - PE em 18 de Abril de 1913.

Chã do Carpina

O lugarejo começou a ser povoado a partir da segunda metade do século XVII, por exploradores de pau-brasil. O nome foi motivado pela presença por volta de 1822, de um tanoeiro (carpinteiro) de nome Martinho Francisco de Andrade Lima que residia numa chã ( lugar plano ), a quem os almocreves (condutores de bestas de carga) o chamavam de “Carpina”.

As atividades econômicas se ampliaram com a implantação dos engenhos para fabrico de açúcar e consequentemente o desenvolvimento de culturas de subsistência. O crescimento da Chã do Carpina se deu em virtude de vários fatores, destacando-se a salubridade do clima; a proximidade e a facilidade de condução para a Capital da Província.

Em face dessas vantagens várias famílias do Recife, na primeira metade do século XX, se estabeleciam ali durante o veraneio. Com a construção da linha férrea para Limoeiro-PE, inaugurada em 1882, a Chã do Carpina ganhou uma estação intermediária.

Floresta dos Leões

Chã do Carpina, em 15 de dezembro de 1901, mudou o nome para Floresta dos Leões, numa homenagem a João Souto Maior, líder da Revolta Pernambucana de 1817, apelidado de Leão de Tejucupapo, e a seus seguidores, os leões, que se haviam refugiado na chã do Carpina, depois de um combate com as tropas governistas. Distrito criado, pela lei municipal nº 12, de 15-12-1901, subordinado aos municípios de Pau d’Alho e Nazaré.

Pela lei estadual nº 991, de 01-07-1909, Floresta dos Leões foi Elevado à categoria de vila.

Pela lei estadual nº 1931, de 11-09-1928, a vila foi elevada à categoria de cidade, desmembrado dos municípios de Pau d’Alho e Nazaré. Constituído de 2 distritos: Floresta dos Leões e Lagoa do Carro, sendo a sede municipal Floresta dos Leões.

Carpina

A origem e a trajetória da evolução de um povo devem ser conhecidas e refletidas, para que as gerações futuras sintam a real necessidade de construir uma história, mais digna e promissora.

Com este objetivo a relatamos um pouco da historiografia de Carpina.

“A história mostra o que os homens foram e fizeram. Isso nos ajuda a decidir o que podemos ser e fazer.”

No período colonial brasileiro, a estrutura administrativa foi a de Capitanias hereditárias. Em 1534 a Capitania de Pernambuco que se estendia desde o rio São Francisco até o rio Igarassu, coube ao donatário Duarte Coelho Pereira que tinha como um dos objetivos, o povoamento da região. As primeiras cidades brasileiras fundadas neste período surgiram, em sua maioria ao longo do litoral em razão da busca de áreas apropriadas para o cultivo da cana-de-açúcar e para o fácil escoamento da produção e exportação de tal produto. É possível que esse mesmo processo tenha levado a ocupação do atual município de Carpina, cuja área é resultado do desmembramento dos municípios de Paudalho e Nazaré da Mata, que pertenceram às capitanias de Pernambuco e Itamaracá.

Mediante registros orais, em 1870, veio do Recife uma caravana composta por dezesseis portugueses, uns carpinteiros, outros marceneiros, chefiados por Francisco Coelho, atraídos por informações da existência de uma grande mata virgem, em terras sem dono entre Nazaré e Paudalho.

Antecedentes da ocupação territorial

Muito embora o atual território municipal de Carpina esteja situado, principalmente na bacia do Capibaribe, admite-se que teria recebido maior influência daqueles que buscavam as matas setentrionais do atual estado de Pernambuco, na esperança de encontrar o desejado, mas nem sempre rendoso Pau Brasil. Logo que as matas litorâneas foram dizimadas e nos vales dos rios implantou-se a atividade canavieira, aqueles colonos que não dispunham de recursos suficientes para a implantação de engenhos dedicavam-se a atividades complementares e dependentes daquela atividade principal. Desta forma o pastoreio, que se desenvolveu ao lado agricultura, no primeiro século de colonização, viu-se obrigado a buscar outras regiões onde pudesse crescer sem prejudicar a agricultura nascente, acarretando a interiorização da pecuária e sua fixação no agreste e sertão.

Dentre as atividades complementares dependentes da açucareira, além da pecuária já citada, sobressaía-se a atividade madeireira, necessária à confecção de caixas para o embarque do açúcar para a coroa. Ora as matas litorâneas continuam sendo erradicadas, tanto pela procura do “pau das tintas quanto pela expansão canavieira que, vencendo a barreira dos vales fluviais, subia peças encostas,dominando a paisagem”.

Sobre esse plano de fundo, os madeireiros, que desenvolviam sua atividade naqueles locais onde a matéria-prima ocorresse em abundância viam-se forçados a procurar melhores sítios ainda não cobiçados pelos “nobre do açúcar”.

Os colonizadores da capitania de Itamaracá, notadamente aqueles que se fixaram no vale do rio Goiana, foram os primeiros a desbravarem aquelas áreas, onde o rio Tracunhaém cortava a terra coberta de matas, em busca de terras para a agricultura de subsistência. Lado a lado com esses pioneiros, os madeireiros seguiam a mesma trilha, alcançando as cabeceiras daquele rio.

Por outro lado, os pecuaristas se viam na contingência de buscarem rotas, para suas boiadas, capazes de fornecerem condições de sobrevivência, não só para os boiadeiros e tangerinos, como para o próprio gado. Com efeito, essa necessidade levou ao traçado das rotas seguindo os cursos dos rios que desemborcavam no litoral. Dentre esses se situa o Capibaribe, em cuja bacia localiza-se o território municipal, em dois terços de sua área.

Pelo anteriormente exposto podemos concluir que o território, onde se localiza o atual município de Carpina, teve sua ocupação determinada por duas vias de acesso: uma pelo norte, partindo de Goiana e seguindo o rio Tracunhaém e ultrapassando suas nascentes; outra pelo sul, uma das rotas oficiais dos caminhos das boiadas, a que partia do litoral e acompanhava o rio Capibaribe.

Desenvolvimento inicial

Com a abertura da estrada de ferro para Limoeiro, em 1881, a chã do Carpina passou a ser uma estação intermediária. O movimento ferroviário incrementava o comércio da estação, embora incipiente, porém promissor. Logo a seguir, fazendo entroncamento na Chã do Carpina, abriu-se o ramal para Nazaré. Os dois eventos tiveram marcante contribuição no desenvolvimento inicial: quer pela estação da linha tronco com destino a Limoeiro, quer pela implantação do ramal.

A atividade comercial que se iniciou e se desenvolveu no local provocou a construção de moradias, no início, de taipa, cercadas pelas roças e cultura de subsistência. Conta-se que, por volta de 1888, um dos moradores, João Batista de Carvalho, teve a iniciativa de desapropriar uma área, coberta de mocambos e roçados, para aí abrir a primeira praça de Chã de Carpina. Essa iniciativa foi combatida, na época, especialmente por aqueles que tiveram seus bens desapropriados, o que não é difícil de entender. Hoje o local é a principal praça da cidade.

Crescimento e consolidação

O Topônimo “Carpina” tem a sua origem no nome de um antigo morador, o tanoeiro Martinho Francisco de Andrade Lima, que até 1822 residia à margem da estrada de Chã, conhecido como “o Carpina”, daí o nome “Chã de Carpina”. Antes de sua emancipação política, o seu território abrangia dois distritos: o de Floresta dos Leões, pertencente ao município de Paudalho, e o Chã de Carpina, integrante do de Nazaré da Mata, separados pelos trilhos da antiga G.W.B.R., hoje RFFESA, no centro da zona urbana.

Esse distrito do Chã do Carpina consta dos quadros de apuração do recenseamento geral de 01 setembro de 1920, como integrante do município de Nazaré.

A denominação de Floresta dos Leões foi dada ao distrito pela lei municipal (Paudalho) de nº12, datada de 15 de Dezembro de 1901, numa homenagem a João Souto Maior, líder da Revolta Pernambucana de 1817, apelidado de Leão de Tejucupapo, e a seus seguidores, os leões, que se haviam refugiado na chã do Carpina, depois de um combate com as tropas governistas.

A localidade foi elevada à categoria de vila pela lei estadual de nº 991, de 1 de julho de 1909. Lá, em pleno centro da cidade, existe um monumento com a caricatura de um leão.

A lei nº 1.931, de setembro de 1928, criou o município, com a denominação de Floresta dos Leões, que permaneceu até 1938, quando foi substituída pela de Carpina, em face do decreto-lei estadual de nº 235, de 9 de Dezembro de 1938. Sua instalação ocorreu em 1 de janeiro de 1929.

Administrativamente, o município é formado pelos distritos de: Carpina (sede) e dos povoados de Caramuru e Caraúba Torta.6

O município comemora sua emancipação política anualmente no dia 11 de setembro (FIDEP,1982).

A emancipação política

O funcionário público e jornalista Francisco José Chateaubriand Bandeira de Melo pediu permissão para mudar o nome de “Chã do Carpina” para “Floresta dos Leões” ao então Presidente da República, Dr. Afonso Penna, que excursionava o Nordeste do Brasil.

Aceito o pedido, o Presidente doou um conto de réis para ajudar na compra do leão de bronze que se vê no monumento erguido na Praça de São José, inaugurado em setembro de 1909.

Em 1923, o Deputado Armando Gayoso apresentou à Câmara o projeto de Lei, nº 1.372, sugerindo a emancipação do município. O projeto não foi aprovado pelo Governador Sérgio Loreto, para não desagradar políticos de Paudalho e Nazaré.

Foram muitos embates, muitas reuniões no Engenho Limeira Grande, até chegar-se à condição de município.

Os emancipadores, Dr. Odair Santana homens valorosos, que protagonizaram independência de Carpina, entraram para a história pela maneira incansável com que lutaram para alcançar a liberdade tão desejada. A luta incessante desses homens só conseguiu atingir os seus objetivos no ano de 1928. Em justa homenagem, seus nomes ficaram perpetuados em praças, ruas e avenidas da cidade.

A Vila da Floresta dos Leões foi levada à categoria de cidade pela Lei Estadual nº 1.931, de 11 de setembro de 1928, e instalada em 1 de janeiro de 1929.

Desmembrada dos municípios de Paudalho e Nazaré da Mata, passou a chamar-se Floresta dos Leões.

Em 1938, a localidade voltou ao nome de origem – Carpina, durante o Estado Novo, Governo de Getúlio Vargas, por sugestão do jornalista Mário Melo. A mudança de nome não agradou aos leo-florestanos.

PERNAMBUCO ARCAÍCO