POR CORREIO24H
Uma testemunha da investigação no caso da morte do pastor Anderson Carmo disse à polícia que uma bomba caseira foi jogada em sua casa na madrugada da sexta-feira (4). Após a denúncia, a delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí investiga o caso.
A deputada federal Flordelis, esposa do pastor, foi apontada pela polícia e pelo Ministério Público como a organizadora e mandante do assassinato. Ela já foi denunciada pelo crime, mas não foi presa por conta da imunidade parlamentar.
A Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, no entanto, analisa o caso, em processo que pode determinar a cassaçao do mandato de Flordelis. Os partidos já decidiram que vão aprovar o pedido, que ainda vai a plenário. O caso será encaminhado à corregedoria da Câmara, que vai fazer um relatório para análise da Mesa Diretora. Depois, o resultado vai para o Conselho de Ética e a deputada terá dez dias para apresentar a defesa.
Crime
O plano para matar o pastor Anderson do Carmo começou ainda em maio de 2018, com envenenamento por doses de arsênico, afirmaram representantes da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio. A mulher dele, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ), foi acusada de ser a mentora intelectual do crime.
Foram pelo menos quatro tentativas de matar o marido anteriormente, incluindo o uso do veneno, até a concretização do crime. O pastor foi morto em 16 de junho de 2019, na porta de casa, com mais de 30 tiros.
"Flordelis, além de arquitetar todo esse plano, financiou a compra dessa arma, convenceu pessoas a realizar esse crime, avisou sobre a chegada da vítima ao local e tentou ocultar provas. Não resta a menor dúvida deque ela foi a autora intelectual, a grande cabeça desse crime", afirmou o delegado Allan Duarte durante coletiva.
A possibilidade de separação entre o casal foi uma das motivações do crime, aponta a invetigação. O rigor de Anderson na administração das finanças e no controle das brigas de família também influenciaram.
“Quando ela fala com um dos filhos sobre os planos de matar Anderson, ela disse: ‘Fazer o que? Se eu separar dele, vou escandalizar o nome de Deus’”, contou o promotor Sérgio Luiz Lopes Pereira, do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
Por conta da imunidade parlamentar, Flordelis não foi presa. Outras nove pessoas foram presas, incluindo cinco filhas da deputada e uma neta.
A deputada não vai responder somente pelo homicídio. “Uma associação criminosa que começou para matar por envenenamento, depois por arma de fogo, e por último para fraudar as investigações, com uso de contrainformações”, explica o promotor.